Desinteresse em sala de aula prejudica futura formação

Por: Evellin Pereira, Helena Vitória Merencio e Lara Camara

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) divulgou recentemente que 73% dos estudantes brasileiros têm baixo rendimento escolar. Especialistas indicam que isso ocorre devido ao desinteresse pelos estudos, dificuldades socioeconômicas e contexto familiar. Por outro lado, outros profissionais apontam os aparelhos eletrônicos como principais responsáveis pela falta de interesse e motivação em sala de aula.

A funcionalidade dos equipamentos tecnológicos dentro do ambiente acadêmico não é inteiramente nociva, afinal os alunos já se utilizam deles o tempo inteiro, então impulsionar a rotina de estudos usando essas ferramentas conhecidas por eles é um passo importante para o futuro do sistema educacional. Entretanto, os malefícios do uso indevido vêm sendo cada vez mais expostos.

Vilões eletrônicos

De acordo com a professora Deborah Travassos, estar em sala de aula sem hábito ou preparação é desgastante para os educandos, prejudicando o seu desempenho. “Lógico que temos algumas estratégias para atrair um aluno, mas a competição é desleal porque é muito mais divertido ficar no celular do que ouvir o que o professor tem a dizer.”, acrescentou Travassos a respeito da principal causa do desinteresse em sala de aula.

Existem outras inúmeras causas para a falta de interesse. Segundo o IBGE, em 70% dos casos o motivo é a necessidade de trabalhar. A taxa de jovens de 11 a 19 anos que abandonaram os estudos ultrapassa os 2 milhões, o que implica na desmotivação de futuros profissionais da área; até 2040 o Brasil irá precisar de 1,97 milhão de novos docentes, todavia a oferta deve cair 20,7%, corroborando para um déficit de 235 mil, afirma o Instituto Semesp. O resultado disso a longo prazo é menos profissionais qualificados no mercado de trabalho e um sistema educacional mais fragilizado.

Pesquisa do eduLab21, laboratório de ciências para a educação criado pelo Instituto Ayrton Senna, reforça que interessar-se por algo é essencial para que o estudante se torne motivado. A partir do estudo, pode-se observar que considerar os interesses dos alunos permite que os educadores melhorem suas metodologias, tornando as aulas mais envolventes e estimulantes.

Travassos destaca que uma aula participativa onde o aluno se vê diante de uma situação problema torna as aulas mais envolventes.

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